
A mostra apresenta parte da produção teatral emergente de espaços de formação em todo o país e apresenta 14 espetáculos de 11 estados. Com quase 180 participantes vindos do Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, o evento revela a produção crescente de encenações originadas nas universidades e nos cursos técnicos e livres de teatro, marcadas pela força das temáticas e o hibridismo de linguagens.
A programação conta, ainda, com debates, encontros críticos e uma apresentação para crianças, além de peças dos convidados – o grupo baiano Coato e o carioca Nós do Morro.
Confira a programação de espetáculos abaixo:
24/1. Quinta, 20h.
Eu é outro”: Ensaio sobre fronteiras (BA).
Classificação: Livre.
Grupo Coato.
Sinopse: A obra reflete sobre a percepção e reformulação do corpo como coletivo, uma espécie de organismo integrado, dentro de um todo. Esse organismo que atravessa algumas questões de fronteiras geradas pelas relações com o próximo, e repensa sobre o incômodo de estar junto. É uma ficção possível a ser reconfigurada, dialogada sobre as possibilidades de aproximação e espelhamento. Uma tentativa de aproximação entre o EU OUTRO, EU NÓS.
25/1. Sexta, 17h.
Procura-se um corpo – Ação n° 3 (PE).
Classificação: Livre.
Sesc Pernambuco.
Sinopse: Pretende de forma poética provocar reflexões sobre o nosso passado recente e as feridas ainda abertas pela ditadura militar. A ação performática se soma ao movimento de milhares de brasileiros que exigem que o Governo Federal proceda a investigação sobre o paradeiro das vítimas desaparecidas durante o regime militar, identifique e entregue os restos mortais aos seus familiares e aplique efetivamente as punições aos responsáveis. Partindo destas considerações e tendo em vista que acabamos de rememorar os 50 anos do golpe militar no Brasil (1964-2014), consideramos o teatro capaz de promover o debate político e estético, visando a formação de uma consciência crítica. A ação dá corpo a memorias silenciadas. No limiar da arte e ação cidadã. Nascida da residência com Tânia Farias, dentro do projeto Experimenta Cena 2015, a performance soma-se ao repertório de ações desenvolvidas pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e é realizada pelo Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina.
25/1. Sexta, 20h.
O Auto das Consciências (RJ).
Classificação: 12 anos.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Sinopse: Nessa comédia dramática, um sacerdote faz suas orações para realizar um ritual de exorcismo aos pés de uma grande imagem de um homem branco, aloirado e lânguido, que ele acredita ser Jesus. Ajoelha-se diante da imagem, faz reverência a ela com o sinal da cruz, e inicia o ritual por meio da oração de libertação. Enquanto profere a oração, interferências inusitadas o impedem de concluir o exorcismo, ele sabe que um exorcismo inconcluso implica diversos perigos, então luta para identificar o que acredita ser o diabo e terminar o ritual. Nessa busca, a grande imagem de homem branco que testemunha a cena vai enegrecendo, e vozes intrusivas tentam dissuadir o sacerdote e abalar sua fé. O sacerdote desconhece a voz, ignora de onde vem, nem porque surge, mas os fatos que ela manifesta na memória dele o convencem do mal que não ela, mas o racismo tem feito. Fiel à sua missão, luta contra a negação de seu diversionismo racista denunciado pelas vozes.
26/1. Sábado, 14h30.
Mini Festival de Mini Criaturas Animadas (PE).
Classificação: Livre.
Universidade Federal de Pernambuco.
Sinopse: Minicriaturas invadem o mundo real com poesias, romances e fantasias. Com a magia do balé flutuante dos amantes fantásticos em Poema da Lua. O Mini Festival de Mini Criaturas Animadas é a festa dos “espetaculinhos” de teatro de bonecos, caixa cenário e corpo boneco dos estudantes de Teatro/Licenciatura da Universidade Federal de Pernambuco, sob orientação e direção da Professora Izabel Concessa Arrais.
26/1. Sábado, 15h.
João-de-Barros (MG).
Classificação: Livre.
Universidade Federal de Minas Gerais.
Sinopse: Este teatro não é sobre ser criança. É sobre o menino que há no homem. “Quando eu tinha mais ou menos cinco anos de idade inventei o mar no quintal da casa onde morava. Navegando por ele, um dia, encontrei um povo governado por um grande rei, que em nome da Ordem e Progresso vivia criando decretos absurdos. Hoje, crescido, reinvento essas memórias e convido, aos que desejarem habitar esse lugar cósmico, a virem comigo. Eu sou o João-de-Barros. O João-de-Barros sou eu. E você, quem é?”.
26/1. Sábado, 20h.
Existe muita coisa que não te disseram na escola (MA).
Classificação: 14 anos.
Universidade Federal do Maranhão.
Sinopse: A encenação visita através da poesia, canto e dança as experiências de uma mulher que se forma e que reflete sobre sua geração, que olha o passado com respeito, mas busca quebrar ciclos e alcançar lugares de pertencimento. O lugar é a escola onde aprendemos a ser e estar com os outros e estende-se ao seu lar, sua relação com os familiares e as suas memórias impressas ao seu corpo, principalmente em seu cabelo. Ali se dá o desvelamento gradativo e a experiência da jovem em descobrir-se negra revelando a força que reside e resiste em um corpo/alma marcado pelo preconceito.
26/1. Sábado, 20h30.
Nosso estado de sítio (RS).
Classificação: 14 anos.
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
Sinopse: Em uma pequena aldeia de pescadores, que vive uma existência pacífica, a passagem de um cometa provoca uma transformação radical na vida de seus habitantes. O medo e o obscurantismo, associados a um pretenso fim do mundo, que seria anunciado pelo cometa, faz com que instituições tradicionais como Igreja e Governo reafirmem posições pouco afeitas à liberdade de expressão. A chegada da Peste, que metaforiza todos os inimigos dos direitos humanos, traz consigo a ameaça de morte aos habitantes da aldeia. Há duas alternativas para lidar com a Peste: por meio do Amor, simbolizado pelas personagens Diogo e Vitória, que tentam manter o sentimento amoroso que têm um pelo outro em meio a uma onda crescente de medo, e pela luta contra o medo da contaminação, já que a Peste e a morte se alimentam do medo infligido aos habitantes da cidade. A união dos habitantes da cidade, que têm em uma mulher, Vitória, a líder do movimento, afasta a Peste da cidade, libertando a todos do medo que paralisa.
27/1. Domingo, 14h30.
Mini Festival de Mini Criaturas Animadas (PE).
Classificação: Livre.
Universidade Federal de Pernambuco.
Sinopse: Minicriaturas invadem o mundo real com poesias, romances e fantasias. Com a magia do balé flutuante dos amantes fantásticos em Poema da Lua. O Mini Festival de Mini Criaturas Animadas é a festa dos “espetaculinhos” de teatro de bonecos, caixa cenário e corpo boneco dos estudantes de Teatro/Licenciatura da Universidade Federal de Pernambuco, sob orientação e direção da Professora Izabel Concessa Arrais.
27/1. Domingo, 15h.
João-de-Barros (MG).
Classificação: Livre.
Universidade Federal de Minas Gerais.
Sinopse: Este teatro não é sobre ser criança. É sobre o menino que há no homem. “Quando eu tinha mais ou menos cinco anos de idade inventei o mar no quintal da casa onde morava. Navegando por ele, um dia, encontrei um povo governado por um grande rei, que em nome da Ordem e Progresso vivia criando decretos absurdos. Hoje, crescido, reinvento essas memórias e convido, aos que desejarem habitar esse lugar cósmico, a virem comigo. Eu sou o João-de-Barros. O João-de-Barros sou eu. E você, quem é?”.
27/1. Domingo, 17h.
Procura-se um corpo – Ação n° 3 (PE)
Classificação: Livre.
SESC Pernambuco.
Sinopse: Pretende de forma poética provocar reflexões sobre o nosso passado recente e as feridas ainda abertas pela ditadura militar. A ação performática se soma ao movimento de milhares de brasileiros que exigem que o Governo Federal proceda a investigação sobre o paradeiro das vítimas desaparecidas durante o regime militar, identifique e entregue os restos mortais aos seus familiares e aplique efetivamente as punições aos responsáveis. Partindo destas considerações e tendo em vista que acabamos de rememorar os 50 anos do golpe militar no Brasil (1964-2014), consideramos o teatro capaz de promover o debate político e estético, visando a formação de uma consciência crítica. A ação dá corpo a memorias silenciadas. No limiar da arte e ação cidadã. Nascida da residência com Tânia Farias, dentro do projeto Experimenta Cena 2015, a performance soma-se ao repertório de ações desenvolvidas pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e é realizada pelo Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina.
27/1. Domingo, 19h.
Existe muita coisa que não te disseram na escola (MA).
Classificação: 14 anos.
Universidade Federal do Maranhão.
Sinopse: A encenação visita através da poesia, canto e dança as experiências de uma mulher que se forma e que reflete sobre sua geração, que olha o passado com respeito, mas busca quebrar ciclos e alcançar lugares de pertencimento. O lugar é a escola onde aprendemos a ser e estar com os outros e estende-se ao seu lar, sua relação com os familiares e as suas memórias impressas ao seu corpo, principalmente em seu cabelo. Ali se dá o desvelamento gradativo e a experiência da jovem em descobrir-se negra revelando a força que reside e resiste em um corpo/alma marcado pelo preconceito.
27/1. Domingo, 19h30.
Xica (BA)
Classificação: 14 anos.
Universidade Federal da Bahia.
Sinopse: Baseado em fatos reais o espetáculo Xica! conta a história de Francisco Manicongo, negro africano, escravizado, quimbanda considerado como a primeira travesti não-índia do Brasil. Habitante da região da baixa dos sapateiros, Xica tornou-se símbolo de luta e resistência de uma época em que questionar o sexo biológico era tido como heresia e digno de punição. Escrava de um sapateiro, Xica foi denunciada à inquisição por recusar-se a usar roupas masculinas e a atender por seu nome de batismo. A sua história é mais um exemplo da presença de travestis e transexuais.
28/1. Segunda, 20h.
Terra tu pátria (SP)
Classificação: 10 anos.
Universidade de São Paulo.
Sinopse: O Comitê Escondido Johann Fatzer age sobre documentos da história recente do Brasil. O espetáculo ressoa gritos acumulados ao longo dos últimos anos. Olha para esses documentos como quem olha para as ruínas de um tempo perdido, e se permite imaginar um outro futuro possível. A falência do mundo institucional e político brasileiro aqui é matéria para a criação de uma peça – ou de um delírio coletivo – diante da realidade que se apresenta.
29/1. Terça, 20h.
Pequenas danças para não esquecer (PB)
Classificação: Livre.
Universidade Federal da Paraíba.
Sinopse: Um espetáculo inspirado no clássico livro Ou Isso Ou Aquilo de Cecília Meireles. O trabalho caracteriza-se como uma proposta coreográfica que busca compartilhar com o público um conjunto de experiências derivadas das relações entre poesia, cultura popular e corporeidade. O livro é uma obra que mistura cantigas de ninar, cantigas de roda, parlendas, trava-línguas e adivinhas originários da cultura popular brasileira através de formas de expressão muito próximas do mundo da criança e com efeitos estéticos bastante sugestivos, criativos e lúdicos. A obra parte destas estruturas e gera um jogo coreográfico com as palavras, os ritmos, as rimas, as repetições e a musicalidade.
30/1. Quarta, 20h.
Insânia Loquaz (SC).
Classificação: 10 anos.
Universidade Federal de Santa Catarina.
Sinopse: Um espetáculo da Dois Pontos Cia de DançaTeatro que utiliza a Dança de Salão como linguagem principal e que tem como tema a Loucura. O título faz referência ao primeiro texto escrito no Brasil sobre doenças mentais, em 1831, por José Jobim. O que é um louco?, pergunta o espetáculo. Exclusão físico-social, viagens errantes, aceitação caridosa, confinamento, medicalização. A história da loucura e de sua relação com a sociedade revela traumas e fissuras ainda longe de serem resolvidas. Insânia Loquaz é também um apoio artístico-político à Luta Antimanicomial. A obra reflete o trabalho realizado pelo coreógrafo Ricardo Tetzner na Disciplina de Encenação IV do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) a qual, pela primeira vez, tem como resultado um Espetáculo de DançaTeatro. No palco os bailarinos dançam a esquizofrenia, o transtorno obsessivo-compulsivo e a bipolaridade. Dentro dos seus estudos e pesquisas de corpo e movimento, os bailarinos utilizam também a Libras (Língua Brasileira de Sinais) através de um conceito autoral e inovador de coreografia de sinais, onde a Libras é incorporada ao contexto coreográfico do espetáculo.
31/1. Quinta, 20h.
Encardidos (MT)
Classificação: 10 anos.
Universidade do Estado de Mato Grosso
Sinopse: Encardidos é o negro, o escravo, o servo, o cativo, o abominável, o odioso, o horrendo, o horroroso, o pavoroso, o detestável, o censurável, o condenável, o reprovável, o maldito, o sujo, o imundo, o infeliz, o escuro, o sombrio, o obscuro, o crioulo, o tição, o afrodescendente. De fato, o tema é o racismo, ainda extremamente presente na sociedade e enraizado na vida daqueles cuja cor da pele é preta.
1/2. Sexta, 20h.
Estrelas cor de sangue (AM)
Classificação: 16 anos.
Liceu de Artes e Ofício Cláudio Santoro.
Sinopse: Qual sua guerra interior? Qual sua guerra pela sobrevivência, pelo amor e pela arte? Partindo deste processo criativo de perguntas na busca de resposta surge a história real-Ficção de Alice e Felipe as crianças da guerra, da chacina, da favela e de qualquer lugar do mundo. A montagem não te levará a um lugar, mas sim vários que teu corpo, coração queira navegar. A peça vem para instigar, pulsar e rever as emoções mais intrigantes do público. A montagem traz em sua concepção cênica o teatro físico, do absurdo e oprimido. É um brinde com sangue e pureza sobre o olhar frio da sociedade sobre o viver e sobreviver.
2/2. Sábado, 20h.
Laranja Mecânica (SP).
Classificação: 16 anos.
Indac – Escola de Atores.
Sinopse: A obra apresenta Alex e seus parceiros, que se divertem cometendo crimes. Preso, Alex é submetido a um novo tratamento do Estado para reprimir seu desvio comportamental. Quando é reintegrado à sociedade, passa a sofrer abusos, mas está fisiologicamente impossibilitado de reagir.
3/2. Domingo, 19h.
Arame Farpado (RJ).
Classificação: 14 anos.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Sinopse: O ambiente acadêmico circundado por uma cerca que o demarca como um espaço para a classe dominante. Quatro atores, com suas memórias e anseios, tentam furar essa cerca, trazendo para o centro da cena acadêmica o que hoje é periferia. Em meio a churrascos na laje, piscina, baile funk suas memórias vão sendo costuradas envolvendo o público e lançando a questão: Quando a democratização do acesso à educação será radicalmente estabelecida?
4/2. Segunda, 20h.
Encontros 32 anos depois (RJ).
Classificação: 14 anos.
Nós do Morro
Sinopse: Encontros é uma celebração à vida desses jovens sonhadores que, impossibilitados de contar com políticas públicas que os ajudassem a ter acesso aos bens de produção cultural e a uma vida melhor, se viravam como podiam, fazendo do seu viver uma forma de expressão de uma geração que vivia à margem das benesses da sociedade de consumo e do mundo da alta cultura. A peça volta à cena em uma releitura assinada por Fabrício Santiago, com colaboração de Álamo Facó. O argumento é o mesmo e os conflitos permanecem, mas as situações foram adaptadas para o contexto atual, com a dinâmica de uma sociedade cada vez mais impactada pela globalização. Apesar da diferença de 31 anos entre a primeira montagem e essa, a importância ainda é bastante latente na história, não somente do Nós do Morro, mas de tantas outras comunidades espalhadas pelo Rio de Janeiro e pelos demais estados brasileiros.
Serviço
Local: Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 – Bela Vista – São Paulo.
Temporada: 24/1 a 4/2. (Verificar dias e horários na programação).
Ingressos: Grátis. (Retirar 1h antes dos espetáculos).