Espetáculo “Baquaqua” estreia no Teatro Dulcina, no Rio
Muitos foram os negros africanos que cruzaram o Atlântico em direção ao Brasil na condição de escravos, mas raras foram as vozes que conseguiram traduzir os horrores da escravidão. Mahommah Gardo Baquaqua é uma rara exceção. E é amparado pelos registros publicados na autobiografia “An interesting narrative – Biography of Mahommah G. Baquaqua” que Rogério Athayde desenvolveu a dramaturgia do espetáculo “Baquaqua”, que estreia em 2 de dezembro, às 19h, em curtíssima temporada no Teatro Dulcina.
Dirigida por Aramis David Correia e com preparação corporal da premiada atriz Tatiana Tiburcio, a montagem apresenta o ator Wesley Cardozo no papel de Baquaqua e narra a história de vida do homem que foi escravizado e traficado da África para o Brasil durante o século XIX.
Nativo da região ocidental da África, Baquaqua escreveu aquela que até hoje é considerada a única autobiografia de um ex-escravizado que viveu no Brasil. A trajetória se inicia no Benin e tem passagens por Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Nova York, Haiti e Canadá, expondo todas as atrocidades da escravidão e seus reflexos nos dias de hoje.
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A peça traz do universo literário para os palcos os relatos de um escravo em um país estrangeiro e nos faz refletir sobre outras milhares de histórias de pessoas que foram sequestradas do continente africano. Só para o Brasil, estima-se que mais de 5 milhões de negros foram traficados e escravizados. Mas por que essa história? Por que entre tantas histórias escolheu-se contar essa?
Foto: Fernanda Dias.
Ficha Técnica
A partir da biografia de: Mahommah Gardo Baquaqua & Samuel Moore. Dramaturgia: Rogério Athayde. Tradução: Robert Krueger. Direção: Aramís David Correia. Elenco: Wesley Cardozo.
Serviço
Local: Teatro Dulcina – R. Alcindo Guanabara, 17 – Centro – Rio de Janeiro.
Temporada: 2 a 12/12. Quinta a domingo, 19h.
Classificação: 10 anos.
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada).